A verdade

Essa semana li em alguns blogs locais postagens contendo várias informações equivocadas em relação à possível vinda do Hospital São Rafael para Xique-Xique e vou reestabelecer a verdade.

1. Recebi em audiência no dia 29/12/2009: Dom Luis, Frei Beijamin, Padre Hélcio e Felizberto Camandaroba, Diretor do Hospital do São Rafael em Barra. Procuraram a Prefeitura para tratar de assuntos relacionados ao São Rafael.
2. Na reunião, Felizberto perguntou se a Prefeitura de Xique-Xique tinha interesse de iniciar um trabalho para uma possível vinda de uma unidade Hospitalar do São Rafael a Xique-Xique.
3. Respondi que a Prefeitura estava 100% a disposição para fazer tudo que fosse necessário para a instalação do São Rafael em Xique-Xique.
4. Felizberto me explicou alguns os detalhes: na Barra a Prefeitura ajuda o Hospital com 10% das despesas, o SUS com 30% e o São Rafael com 60%.
5. Além disso, o São Rafael poderia fazer uma vistoria técnica no Hospital Julieta Viana, no Hospital Senhor do Bonfim e no Instituto do Coração Irani Jordan. Diante de uma decisão técnica, o São Rafael poderia ou não reformar e adequar uma dessas unidades às suas necessidades.
6. Explicado tudo isso, Felizberto fez uma ressalva: “como o momento é de crise financeira mundial, o Monte Tabor (mantenedor do São Rafael) pode não ter mais condições de arcar com 60% de uma nova unidade, o que na Barra só foi possível pela interferência direta de Frei Beijamin”.
7. Felizberto ressaltou que teríamos que buscar apoios para conseguir o mesmo privilégio alcançado na Barra, mas que tínhamos tempo, pois o primeiro passo seria uma resposta positiva da Prefeitura de Xique-Xique (receberam na hora) e do São Rafael (que todos nós íamos buscar partir daquele momento).
8. Depois dessa reunião fui à direção do São Rafael em Salvador. Fui recebido pela vice-presidente do São Rafael, senhora Laura Ziller.
9. A senhora Laura Ziller foi bastante clara. Afirmou que o São Rafael está atravessando um momento de crise financeira, fruto da baixa remuneração da tabela SUS e da escassez de recursos do exterior vindo para o Brasil, bem diferente do que ocorria no passado. Segundo Laura Ziller, antigamente o Brasil era um dos principais destinos de projetos e doações da Itália e de toda Europa, e que agora a situação é totalmente diferente, pois o PIB Brasileiro já é até maior do que o Italiano, e que atualmente a prioridade de investimento filantrópico é o continente Africano.
10. Expus à senhora Laura Ziller que na cidade vizinha de Barra o São Rafael já estava administrando um Hospital e que assumir a gestão de um Hospital em Xique-Xique seria um incremento de gasto pequeno e de grande retorno para a sociedade.
11. A senhora Laura Ziller afirmou que o São Rafael da Barra foi uma exceção, foi um “ponto fora da curva”, que a unidade da Barra foi viabilizada por recursos conseguidos diretamente por Frei Beijamin junto a doadores estrangeiros, e que mesmo assim a unidade já representava um custo muito alto para o São Rafael. Inclusive a senhora Laura Ziller, me informou que modelo que o Monte Tabor implantou na Barra não iria mais se repetir em outras cidades do interior da Bahia. Segundo Laura Ziller já havia avisado ao Governo da Bahia, que a partir de agora, no máximo o São Rafael, assumiria a gestão de algum Hospital na Região Metropolitana de Salvador.
12. Mesmo com uma resposta negativa do São Rafael, deixei um oficio explicitando a disponibilidade de Prefeitura de Xique-Xique em firmar parceria para que o São Rafael pudesse assumir uma unidade hospitalar em Xique-Xique.

Essa é a verdade. Nunca recusei parceria com o São Rafael. Nunca exigi que o São Rafael assumisse o Hospital Julieta Viana em detrimento do Hospital Senhor do Bonfim. Nem tocamos nesse assunto.

Sugiro as pessoas que ainda possuem dúvidas sobre a veracidade dos fatos acima expostos que vão a Dom Luis ou a Vice-Presidente do São Rafael, senhora Laura Ziller e tirem todas as dúvidas.

Não podemos tentar negar a realidade: Xique-Xique tem dois hospitais, ambos subordinados financeiramente ao Estado. Portanto, o Estado é quem deve resolver a crise financeira dos Hospitais Julieta Viana e Senhor do Bonfim, e também do Hospital Regional de Irecê que está prestes a fechar as suas portas por falta de recursos.